Olá pessoal
Ainda nos estudos sobre a Revolução
Francesa, estudaremos, nessa semana 5, a importância do papel da mulher no processo revolucionário e a relação que podemos fazer com o futuro movimento feminista, surgido ainda no ideário iluminista do século XVIII (18).
Virtuosas e perigosas: as
mulheres na Revolução Francesa
12/12/2013
Por José Tadeu Arantes
“Os homens tomaram a Bastilha, as mulheres tomaram o Rei”:
Assim o historiador
francês Jules Michelet (1798-1874) resumiu o alcance da primeira grande
manifestação política feminina ocorrida
na Revolução Francesa – que mudou a dinâmica do processo revolucionário,
imprimindo-lhe a marca de uma crescente radicalização.
O ato ocorreu no dia 5
de outubro de 1789, quando, encabeçadas pelas vendedoras de peixe de Paris,
cerca de 7 mil mulheres, armadas de facões de cozinha, lanças rústicas
(piques), machados e dois canhões, marcharam a Versalhes, sede da Corte Real e
da Assembleia Nacional, para protestar contra a escassez e o preço do pão,
arrastando atrás de si soldados da Guarda Nacional e outros homens.
No dia seguinte,
exasperadas com a crise de abastecimento e a atitude de Luís XVI, que vetava
sistematicamente todos os decretos revolucionários da Assembleia, as
manifestantes pressionaram o Rei a abandonar o Palácio de Versalhes e o
escoltaram à capital.
“Foi uma iniciativa
política sofisticada, porque, com a concentração do poder em Versalhes, o rei
ficava longe da pressão popular e mais exposto às influências da rainha e da
corte, e se utilizava do direito de veto, que ainda possuía no início da
Revolução, para impedir que as reformas fossem realizadas. Ao trazerem Luís XVI
para Paris, as mulheres mudaram o centro de gravidade do processo revolucionário
e propiciaram à população da capital um novo protagonismo”,...
... “Enquanto as
ativistas foram aliadas úteis dos líderes revolucionários, eles conviveram com
os clubes femininos e toleraram suas manifestações, na Assembleia e nas ruas.
Mas, no momento em que deixaram de ser apenas personagens excêntricas e barulhentas
para se tornarem uma ameaça política, os governantes julgaram necessário
reprimi-las com o rigor da lei e a força das armas”, disse Morin:
“Além da extinção dos
clubes políticos femininos em outubro de 1793, em maio de 1795 as mulheres
foram proibidas de frequentar a Assembleia e de se reunir em qualquer lugar,
inclusive nas ruas, em grupos de mais de cinco, sob pena de detenção imediata”,...
A REVOLUÇÃO FRANCESA E O FEMINISMO
BLOG
NOSSO LUGAR
O feminismo surge a partir das ideias
iluministas no inicio do século XVIII (18) onde muitos filósofos defendiam os
direitos das mulheres, como Mary Wollstonecraft, Marie Jean Antoine Nicolas
Caritat, Jeremy Bentham e muitos outros.
A revolução francesa
(1789-1799) foi um período em que a monarquia absolutista entrou em colapso, a
população estava em crise constante tanto econômica quanto agraria. O movimento
revolucionário tinha com objetivo liberté, égalité e fraternite (liberdade,
igualdade e fraternidade) que seria conquistado reivindicando direitos sociais
e políticos. O movimento revolucionário se estabeleceu tentando colocar
fim aos problemas da França e em 1789 foi criada uma constituição laica:
a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.
As mulheres tiveram participação
importante na Europa do século XIX, através da revolução francesa que
será o berço do feminismo.
As mulheres participaram como
protagonistas pela primeira vez no dia 5 de outubro de 1789 na revolução francesa,
onde reuniram-se 7 mil mulheres para sair por Paris a protestar contra o auto
preço e pedir pão no palácio de Versalhes. Mas o que começou como uma
busca por pão logo assumiu uma meta muito mais ousada, não queriam apenas uma
refeição, mas a garantia de que o pão voltaria a ser abundante e barato. Esse
foi um dos mais importantes acontecimentos e ficou conhecido como Marcha de Mulheres sobre Versalhes, e mesmo assim, apesar
de ter um papel na revolução, os revolucionários negaram às mulheres o direito
a participação política. A partir de suas ações na revolução, as mulheres
ganharam voz buscando sair do papel de submissas para agora buscar o papel de
cidadã diante da sociedade.
Elisabeth Badinter afirma que:
As mulheres tentaram fazer-se ouvir
durante a Revolução. Algumas através da escrita, outras através da palavra; a maioria com seus gritos nas tribunas da
Assembleia e das sociedades populares ou com suas manifestações nas ruas. […]
Dois tipos de mulheres chamaram a
atenção: Umas anônimas, são as mulheres do povo, operarias de tecidos
(lavadeiras, fiadeiras…), lojistas, feirantes. São elas as primeiras a reagirem
ao período de miséria, e a tomar frente dos motins da fome. […]
Mas a revolução teve outras atrizes: um
número pequeno de mulheres […] Mulher de letras que mal sabiam escrever como
Olympe de Gouges ; […] Mulheres oriundas da pequena burguesia, se interessavam
pela politica, assistiam as sessões das sociedades populares, e fundaram elas
mesmas, em Paris e na província, clubes femininos.(BADINTER, 1989, P.9).
Olympe de Gouges.
Olympe de Gouges acreditava que as mulheres eram
capazes de assumir tarefas atribuídas a homens, ela escreveu a
Declaração dos Direitos da mulher e da Cidadã de setembro de 1791 ,
modificando a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão , em que
afirmava os direitos civis e políticos iguais de ambos os sexos.
As mulheres fundaram clubes
políticos, elas discutiam suas opiniões políticas com outras mulheres. Devido
ao pensamento machista da sociedade, elas tiveram sua participação política na
Revolução negada. Contudo, arrumaram uma forma de participar: estavam sempre
presentes nos tribunas abertas ao público e buscavam ser ouvidas.
Em março de 1792, Pauline León, leu
na tribuna uma Cahiers de Doléances (que são registros nos quais a
assembleia anotava petições e queixas da população), a petição assinada por
trezentas mulheres, reivindicando o direito de se organizarem em Guarda
Nacional . Os revolucionários não permitiram tal organização.
Depois da revolução francesa os clubes
de mulheres foram fechados pelos jacobinos em 1793, e em 1794 se proibiu a
presença de mulheres em atividades politicas.
A Revolução Francesa (1789-1799) foi um período na
França de conflitos tanto política quanto sociais, que teve efeito em todo o
continente europeu, entrando em colapso em apenas três anos a monarquia
absolutista. A sociedade francesa que tinha privilégios feudais, aristocráticos
e religiosos desapareceu.
Os jacobinos ,exerciam uma função numa
organização política na França durante a Revolução Francesa. Começaram
com uma posição pequena como encaminhamentos revolucionários, mas com a
liderança de Maximilien François Marie Isidore de Robespierre , passaram a ter
posições radicais e esquerdistas.
Proposta de atividade:
Tendo por base a leitura do primeiro texto, cujo autor José Tadeu Arantes aborda a importância do papel feminino no processo revolucionário francês, acrescido ao segundo texto, do blog Nosso Lugar, onde é abordada a questão do movimento feminista oriundo da Revolução Francesa; faça uma redação apresentando suas conclusões sobre o tema (mínimo 15 linhas).
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.