quinta-feira, 28 de maio de 2020

CJOVEM - HISTÓRIA - PROFE. JOSÉ LUIS (SEMANA 05)



Olá pessoal
Ainda nos estudos sobre a Revolução Francesa, estudaremos, nessa semana 5, a importância do papel da mulher no processo revolucionário e a relação que podemos fazer com o futuro movimento feminista, surgido ainda no ideário iluminista do século XVIII (18).

Virtuosas e perigosas: as mulheres na Revolução Francesa
12/12/2013
Por José Tadeu Arantes

 “Os homens tomaram a Bastilha, as mulheres tomaram o Rei”:
Assim o historiador francês Jules Michelet (1798-1874) resumiu o alcance da primeira grande manifestação política  feminina ocorrida na Revolução Francesa – que mudou a dinâmica do processo revolucionário, imprimindo-lhe a marca de uma crescente radicalização.
O ato ocorreu no dia 5 de outubro de 1789, quando, encabeçadas pelas vendedoras de peixe de Paris, cerca de 7 mil mulheres, armadas de facões de cozinha, lanças rústicas (piques), machados e dois canhões, marcharam a Versalhes, sede da Corte Real e da Assembleia Nacional, para protestar contra a escassez e o preço do pão, arrastando atrás de si soldados da Guarda Nacional e outros homens.


Louis-Philippe, un échec politique | Les carnets de Versailles

No dia seguinte, exasperadas com a crise de abastecimento e a atitude de Luís XVI, que vetava sistematicamente todos os decretos revolucionários da Assembleia, as manifestantes pressionaram o Rei a abandonar o Palácio de Versalhes e o escoltaram à capital.
“Foi uma iniciativa política sofisticada, porque, com a concentração do poder em Versalhes, o rei ficava longe da pressão popular e mais exposto às influências da rainha e da corte, e se utilizava do direito de veto, que ainda possuía no início da Revolução, para impedir que as reformas fossem realizadas. Ao trazerem Luís XVI para Paris, as mulheres mudaram o centro de gravidade do processo revolucionário e propiciaram à população da capital um novo protagonismo”,...
... “Enquanto as ativistas foram aliadas úteis dos líderes revolucionários, eles conviveram com os clubes femininos e toleraram suas manifestações, na Assembleia e nas ruas. Mas, no momento em que deixaram de ser apenas personagens excêntricas e barulhentas para se tornarem uma ameaça política, os governantes julgaram necessário reprimi-las com o rigor da lei e a força das armas”, disse Morin:

“Além da extinção dos clubes políticos femininos em outubro de 1793, em maio de 1795 as mulheres foram proibidas de frequentar a Assembleia e de se reunir em qualquer lugar, inclusive nas ruas, em grupos de mais de cinco, sob pena de detenção imediata”,...





A REVOLUÇÃO  FRANCESA  E O FEMINISMO

BLOG NOSSO LUGAR
O feminismo surge a partir das ideias iluministas no inicio do século XVIII (18) onde muitos filósofos defendiam os direitos das mulheres, como Mary Wollstonecraft, Marie Jean Antoine Nicolas Caritat, Jeremy Bentham e muitos outros.                                  
 A revolução francesa (1789-1799) foi um período em que a monarquia absolutista entrou em colapso, a população estava em crise constante tanto econômica quanto agraria. O movimento revolucionário tinha com objetivo liberté, égalité e fraternite (liberdade, igualdade e fraternidade) que seria conquistado reivindicando direitos sociais e políticos.  O movimento revolucionário se estabeleceu tentando colocar fim aos problemas da França e em 1789 foi criada uma constituição laica:  a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.


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As mulheres tiveram participação importante na Europa do século XIX, através  da revolução francesa que será o berço do feminismo.
As mulheres participaram como protagonistas pela primeira vez no dia 5 de outubro de 1789 na revolução francesa, onde reuniram-se 7 mil mulheres para sair por Paris a protestar contra o auto preço  e pedir pão no palácio de Versalhes. Mas o que começou como uma busca por pão logo assumiu uma meta muito mais ousada, não queriam apenas uma refeição, mas a garantia de que o pão voltaria a ser abundante e barato. Esse foi um dos mais importantes acontecimentos e ficou conhecido como Marcha de Mulheres sobre Versalhes, e mesmo assim, apesar de ter um papel na revolução, os revolucionários negaram às mulheres o direito a participação política. A partir de suas ações na revolução, as mulheres ganharam voz buscando sair do papel de submissas para agora buscar o papel de cidadã  diante da sociedade.
Elisabeth Badinter afirma que:
As mulheres tentaram fazer-se ouvir durante a Revolução. Algumas através da escrita, outras através da palavra;  a maioria com seus gritos nas tribunas da Assembleia e das sociedades populares ou com suas manifestações nas ruas. […]
Dois tipos de mulheres chamaram a atenção: Umas anônimas, são as mulheres do povo, operarias de tecidos (lavadeiras, fiadeiras…), lojistas, feirantes. São elas as primeiras a reagirem ao período de miséria, e a tomar frente dos motins da fome. […]
Mas a revolução teve outras atrizes: um número pequeno de mulheres […] Mulher de letras que mal sabiam escrever como Olympe de Gouges ; […] Mulheres oriundas da pequena burguesia, se interessavam pela politica, assistiam as sessões das sociedades populares, e fundaram elas mesmas, em Paris e na província, clubes femininos.(BADINTER, 1989, P.9).

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Olympe de Gouges.
Olympe de Gouges acreditava que as mulheres eram capazes de assumir tarefas  atribuídas a homens,  ela escreveu a Declaração dos Direitos da mulher e da Cidadã de setembro de 1791 ,  modificando a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão , em que afirmava os direitos civis e políticos iguais de ambos os sexos. 
As mulheres fundaram clubes políticos, elas discutiam suas opiniões políticas com outras mulheres. Devido ao pensamento machista da sociedade, elas tiveram sua participação política na Revolução negada. Contudo, arrumaram uma forma de participar: estavam sempre presentes nos tribunas abertas ao público e buscavam ser ouvidas.
Em março de 1792, Pauline León, leu na tribuna uma Cahiers de Doléances (que são registros nos quais a assembleia anotava petições e queixas da população), a petição assinada por trezentas mulheres, reivindicando o direito de se organizarem em Guarda Nacional  . Os revolucionários não permitiram tal organização.
Depois da revolução francesa os clubes de mulheres foram fechados pelos jacobinos em 1793, e em 1794 se proibiu a presença de mulheres em atividades politicas.

 A Revolução Francesa (1789-1799) foi um período na França de conflitos tanto política quanto sociais, que teve efeito em todo o continente europeu, entrando em colapso em apenas três anos a monarquia absolutista. A sociedade francesa que tinha privilégios feudais, aristocráticos e religiosos desapareceu.        
   
 Os jacobinos ,exerciam uma função numa organização política  na França durante a Revolução Francesa. Começaram com uma posição pequena como encaminhamentos revolucionários, mas com a liderança de Maximilien François Marie Isidore de Robespierre , passaram a ter posições radicais e esquerdistas.


Proposta de atividade:
Tendo por base a leitura do primeiro texto,  cujo autor José Tadeu Arantes aborda a importância do papel feminino no processo revolucionário francês, acrescido ao segundo texto, do blog Nosso Lugar, onde é abordada a questão do movimento feminista oriundo da Revolução Francesa; faça uma redação apresentando suas conclusões sobre o tema (mínimo 15 linhas).







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